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Crônicas

Sinfonia

Fim de tarde com poucas nuvens no céu, pôr do sol lindo na Praia de Jacaré, a água do Rio Sanhauá corre mansa para se entregar ao oceano. O sol muda de cor, colore o céu e as nuvens de tons indescritíveis, permite aos olhos dos seres humanos admirarem a sua beleza. Como sempre acontece nesta hora do dia, o Bolero de Ravel é tocado nos bares e restaurantes, para deleite dos que ali estão para se despedirem do sol.

Vejo olhos marejados de lágrimas diante da beleza do entardecer. Vejo olhos radiantes de alegria diante da noite que se aproxima. Vejo fisionomias serenas e alegres a se despedirem do dia que se vai. Vejo fisionomias serenas e alegres a saudarem a noite que se aproxima. Com a beleza da natureza a refletir-se nos espíritos dos seres humanos que ali estão, cria-se um clima mágico, algumas lágrimas escapam sorrateiras dos olhos de algumas pessoas.

A pouco e pouco o sol se aproxima da linha do horizonte, tingindo o céu de vermelho, simbolizando a morte do dia. O sol desaparece lentamente em poucos minutos, o Bolero de Ravel é substituído por outra música. Durante algum tempo ainda vemos a claridade do dia a esmorecer para o surgimento de uma nova noite. Com as almas embevecidas pela beleza deste espetáculo da natureza as pessoas retomam as atividades que estavam realizando.

A pouco e pouco o brilho das estrelas colore o manto negro da noite. As pessoas vão se retirando e a Praia de Jacaré retorna às suas atividades normais. Amanhã o sol surgirá no outro lado da cidade, com a promessa de um novo anoitecer belo e colorido. O amanhecer também é lindo, pleno de esperanças de novas realizações. Os espetáculos do amanhecer, do esplendor do dia e do anoitecer, fazem parte das nossas vidas, são oferendas da Mãe Natureza para o espírito humano.

Quer a vida de um ser humano esteja amanhecendo, quer esteja em pleno dia, quer esteja anoitecendo, ela é um espetáculo ímpar de beleza, oferecido pela Vida Maior. Cada ser humano faz parte da Orquestra Universal e somente ele pode emitir a sua nota no Concerto da Vida. Por mais humilde que seja a minha contribuição ela fazparte do Concerto da Vida e quando eu deixo de tocar a parte que me cabe, a Sinfonia da Vida Maior está incompleta.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 27 de setembro de 2006.
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