Uma das coisas mais difíceis de fazer, no relacionamento entre as pessoas, é saber em que momento calar e em que momento falar. Em determinadas ocasiões uma palavra pode colocar o ponto final em uma amizade de longos anos de existência, apesar de ser a palavra a ser dita e por mais cuidado que venhamos a ter ao pronunciá-la. Passado aquele momento crítico, podemos dizer cem desaforos sem colocar a amizade em risco. A coisa mais difícil de fazer é identificar qual a hora de falar e qual a hora de calar. Eu sou um desastre, falo na hora de calar e nada digo na hora de falar, uma falta de habilidade exemplar.
Algumas pessoas têm dificuldades para acordar e entrar nos seus ritmos normais de atividade, elas necessitam de tempo para entenderem com clareza o que falamos para elas, assim como terem a capacidade de executarem as tarefas que devem realizar nas suas atividades cotidianas. Depois de algum tempo elas “esquentam os motores” e se tornam ativas, estão prontas para realizar quaisquer tarefas. No outro extremo desta escala encontramos pessoas que já acordam ligadas, não necessitam “esquentar os motores”, estão prontas para realizar qualquer atividade que aparecer na sua frente. Convivemos diariamente com pessoas, no lar ou em outros locais, devemos estar atentos a estes pequenos detalhes que nos ajudam a consolidar ou destruir nossos laços com elas.
Trabalhei em uma empresa cujo horário para a entrada do expediente da manhã era sete horas. Muitas pessoas chegavam com trinta minutos de atraso, tinham de ficar compensando seus atrasos no final do expediente da tarde, a fim de evitar descontos no salário. Conseguiram convencer os gerentes que se o horário de entrada mudasse para sete e trinta da manhã não haveria mais atrasos. O horário de entrada foi alterado, apesar da maioria dos funcionários nunca ter reclamado. Na primeira semana ninguém atrasou, na segunda semana começaram a ocorrer alguns atrasos, em pouco tempo tudo voltou a ser como antes, os que respeitavam seus compromissos chegavam na hora certa, os que não respeitavam seus compromissos continuaram a chegar atrasados.
Alguns seres humanos não respeitam os horários de qualquer atividade em que se envolvem, muitas vezes causando problemas para muitas pessoas. Gostaria de ter conhecimento de psicologia suficiente para analisar esta falta de respeito com os compromissos assumidos.
Fortaleza, 20 de março de 2009.
