Pra que tanto me guardei
E por que não me aprumo?
Tantas vezes mal me dei
Morro e não me acostumo
De novo me dano a pelejar
Mas não há de ser nada
Pelo ontem choramingar
Com batida desafinada
Teimosia em resistir
E o amor não me pegar
Nem adianta insistir
Sozinho pretende ficar
Meu coração perambulando
Batendo descompaçado
É sina viver amando
Sempre encarrapichado
Danou-se a disparar
E bater tão forte assim
Quando o amanhã chegar
O que será de mim?
Parece um desassossego
Que vive a me perseguir
Fujo tanto desse apego
Coração prestes a ruir
A ele tanto que aviso
Não se deixe acalentar
Amar não é preciso
Nada de se enrabichar
Quem será ela?
A cruzar o meu destino
Sei vou cair na esparrela
E num novo desatino.
Sérgio Vieira de Melo
Bom Jardim – PE JUL. 11, 2011 – 19h56min.