Procurando alguma coisa?

Crônicas

Traição III

Ela não é convidada pelos que conhecem como se comporta, mas ela insiste em querer entrar nos lares das pessoas, apesar de já ter sido rechaçada várias vezes. Ela tem sua própria casa, entretanto, gosta de assaltar as casas alheias, sem se incomodar com os danos causados ao próprio lar e aos lares que a acolhem sem desconfiar que ela seja uma rameira disfarçada de santa. Mulher vil, não respeita seu marido, seus filhos, seu lar e as pessoas que convivem com ela. Muitas pessoas perguntam ao descobrir sua maneira de ser: por que existem pessoas assim?

Depois de ler acerca das várias possíveis causas para este tipo de comportamento, entendemos as razões que levam uma pessoa a agir desta maneira. Entender não significa aceitar as loucuras cometidas por ela. No nível intelectual podemos entender as razões que levam um ser humano a cometer um assassinato, por exemplo, mas no nível moral não podemos aceitar esta conduta.

Algumas pessoas dizem que, atualmente, as mulheres traem mais do que os homens. Não conhecemos os dados que nos permitam concordar ou discordar, podemos apenas emitir uma opinião pessoal sobre o assunto. Entendemos que o mais importante não é saber quem trai mais, o essencial é saber o seguinte: por que as pessoas traem? E nos referimos aos mais diversos tipos de traição. Quando prometemos obedecer ao regime alimentar traçado pelo médico e não o fazemos, estamos traindo a nós mesmos, deixando de cumprir a promessa realizada.

E esta questão de não cumprir a palavra tornou-se uma doença nacional. Nós quebramos as promessas como se estivéssemos fazendo algo normal, nada que desabone nossa conduta. Os políticos são doutores na arte de não cumprir promessas e de trair a confiança que as pessoas depositaram neles, não cumprem as promessas feitas durante a campanha eleitoral. Eles sabem que a memória do povo é curta e que podem repetir as mesmas promessas mentirosas a cada eleição.

A maior traição que um ser humano pode cometer é quebrar a promessa feita a si mesmo de ser fiel ao seu cônjuge. A pessoa que trai, imagina que está enganando o seu consorte, não percebe que engana a si mesma, que a traição a torna uma pessoa vil. Quando percebermos que não sentimos mais vontade de viver junto com uma pessoa, devemos sentar ao seu lado e conversar sobre o assunto. É bomexaminar se é uma crise passageira, pedir ajuda profissional para avaliar se a relação chegou realmente ao fim. Caso a separação seja o caminho inevitável, realize-a sem traumas, mantenha a chama da amizade acesa. Agradeça os momentos de felicidade que a pessoa lhe propiciou e parta com o coração leve em busca de um novo amor.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, dezembro de 2010.

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