Procurando alguma coisa?

Crônicas

Pessoas I

Algumas pessoas são livres como aves selvagens, percorrem os espaços em busca de novos horizontes, voam pelo infinito, não existem limites para elas. Outras parecem aves criadas em cativeiro, são incapazes de voar e têm medo de explorar qualquer espaço fora do limite da sua prisão, ficam apavoradas quando a porta da prisão está aberta. Alguns limites são impostos pelas condições em que estas pessoas foram criadas e pelo local onde elas vivem, outros são produtos da cultura e da imaginação delas. Limitações criadas pelos outros, limitações criadas por nós, ambas nos impedem de voar.

Algumas pessoas se assemelham a uma ave com a asa partida, estão impedidas de voar, morrem de fome, pois o seu alimento é conseguido nos seus vôos. Outras são semelhantes às aves criadas em gaiolas, têm medo de fazer algo diferente da rotina e dos limites que impõem a si mesmas, não experimentam nada de novo. Algumas foram criadas para voar em grandes alturas e vivem a se arrastar no solo, enquanto outras nasceram para realizar apenas pequenos vôos, mas desejam e lutam para atingir o espaço infinito.

Algumas pessoas detestam a rotina, buscam fazer de maneira diferente as coisas repetidas. Outras têm pavor da novidade e repetem durante anos os mesmos passos a cada dia. Existem também aqueles que aceitam a vida como ela é, vivem tanto a rotina quanto a novidade como bênçãos da vida, são alegres em todos os momentos da existência e recebem sem reclamar tudo o que a vida lhes dá, estão sempre de bom humor.

Algumas pessoas amam a vida, estão sempre alegres e otimistas, mesmo quando recebem duros golpes desta mesma vida tão amada por elas. Outras estão sempre de mau humor, mesmo quando a felicidade as visita. O humor é contagiante, estar ao lado de uma pessoa feliz aumenta a nossa felicidade, tanto quanto somos contaminados pela tristeza quando estamos ao lado de pessoas infelizes.

O ser humano é o único animal que pode escolher viver no estado psíquico de alegria ou de tristeza, usando o seu livre arbítrio. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Portanto, é importante examinar qual a nossa contribuição diária para o equilíbrio psíquico das pessoas ao nosso lado, não devemos contribuir para poluira atmosfera psíquica dos lugares em que vivemos. Devemos nos preocupar com a “higiene mental” do nosso ambiente.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, janeiro de 2007.
                   0 Comentários 96 Views