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Crônicas

Noites de Lua Cheia

As noites de lua cheia têm uma magia difícil de explicar. Por que razão as noites de lua cheia encantam os namorados de todas as idades? Eles vão para a praia, sentam na areia e olham a Lua, no intervalo dos beijos apaixonados e das trocas de carícias ardentes. Formam bandos alegres a pintar a noite com as cores vivas dos seus sentimentos. Os seus rostos, iluminados pelo luar, mostram que eles estão em estado de graça.

Um casal jovem molha os pés no mar, ela joga água nele e corre, é perseguida ferozmente por ele e, quando alcançada, é submetida a um longo beijo, pena exigida pela agressão sofrida. Outro casal desenha um grande coração na areia e escreve alguma coisa dentro dele que fiquei morrendo de curiosidade para ler, mas me contive. Uma nuvem esconde a lua, apesar do protesto dos namorados ela fica encoberta, mas o vento afasta a nuvem para longe e entrega novamente a Lua aos namorados.

A luz dourada da Lua, a se refletir no espelho da água do mar, leva-me a recordar os tempos da infância e da juventude, passados nesta mesma praia. Muitas vezes andei de jangada e pesquei nas águas deste mar, muitas paqueras e namoros nos bancos deste calçadão e na areia da praia, sob o olhar complacente desta mesma Lua, platônicos alguns e picantes outros. Durante o dia muitas vezes mergulhei nas águas deste mar usando máscara de mergulho, com a finalidade de apreciar as belezas do fundo do mar, somente mostradas pela luz do Sol.

No período de lua cheia o fluxo e refluxo da maré são maiores. As pessoas também são afetadas pela lua cheia. Elas ficam mais bonitas e românticas, os amantes ficam embriagados de paixão, os beijos dados são mais ardentes, os poetas ficam inspirados e os loucos exaltados. O espetáculo da lua cheia surgindo no horizonte é indescritível, tem que ser visto e sentido, de preferência junto da pessoa amada. Quando surge no horizonte a Lua parece bem maior e vai diminuindo de tamanho à medida que vai se distanciando da linha do horizonte. Olhando o espelho da água refletindo a luz da Lua, certo dia um lunático escreveu:“Oh lua sublime foste criada pelo Artista Divino para acender nas almas a chama sagrada do Amor”.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 23 de fevereiro de 2008.
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