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Crônicas

Noites de Lua Cheia II

É noite de Lua Cheia, os namorados passeiam pela praia, caminham de mãos dadas ou abraçados, alguns pelo calçadão e outros pela areia. Na água do mar o reflexo da luz da Lua Cheia parece um manto dourado cobrindo o leito conjugal de cada casal que passeia pela praia. Eles passam como pássaros em revoada, de mãos dadas seguem alegres e arrulham nos ouvidos, ora eles nos ouvidos delas, ora elas nos ouvidos deles. Tais arrulhos são intermediados por beijos e carícias.

A Lua Cheia banha todos os casais com luz mágica, enternece seus corações, transforma as mulheres em fadas, torna os corações masculinos mais ternos, enfeitiça os namorados e torna os seus olhos capazes de dizerem coisas que as bocas não conseguem falar. Nas noites de Lua Cheia a brisa do amor sopra sobre os namorados, os seus beijos e as suas carícias incendeiam os seus corpos e as suas almas, tornam a noite ainda mais bela.

Como é bonito ver os casais de jovens de todas as idades passarem de mãos dadas, banhados generosamente pela Lua Cheia, embriagados de amor, seus corpos e suas almas refletindo a beleza da noite. Fico triste quando escuto alguém dizer que não percebeu o luar e que “já passou da idade de olhar para estas coisas”. Por acaso existe uma idade estabelecida para o ser humano deixar de enxergar o belo?

Pelo fato de uma pessoa ter envelhecido não significa dizer que ela deixará de ver a beleza do mundo, perceber o belo não depende da idade do corpo físico, é um estado de espírito. Deixar de olhar a beleza do mundo é a pior catástrofe que um ser humano pode sofrer. Algumas pessoas temem o envelhecimento e a morte do corpo físico. Não devemos temer a morte do corpo físico, um fenômeno natural. Tendo em vista que o espírito é imortal, devemos ter muito medo de que nossos espíritos deixem de ver as belezas da existência, pois isto significa a verdadeira “morte” do ser humano.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 9 de outubro de 2009.

 

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