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Crônicas

Erro II

Observando o comportamento de pessoas que tive a oportunidade de conhecer, vi como é fácil para algumas admitirem um erro, confessarem abertamente que cometeram um engano ao avaliarem uma situação ou assumirem suas falhas em um relacionamento. É muito fácil e gostoso conviver com uma pessoa que assume sua condição humana de falível. Este é um tipo de honestidade que aprecio muito, é bom conviver com este tipo de ser humano, sentimos um profundo respeito por pessoas que agem assim. No extremo oposto estão aquelas pessoas que não admitem seus erros, mesmo quando são surpreendidas cometendo um, o que torna difícil a convivência com elas. Nas minhas orações sempre peço a Deus piedade para este tipo de pessoa, ela não sabe o mal que faz a si mesma.

Devemos ser tolerantes com os erros alheios e tratar com muito rigor os nossos erros, ensina a sabedoria popular. De um modo geral nós fazemos exatamente o contrário, somos severos com as outras pessoas e benevolentes conosco, uma maneira eficaz de evitar nosso crescimento como ser humano. É muito fácil ver os erros cometidos pelas outras pessoas e isto pode ser uma maneira de nos ajudar a corrigir os nossos erros. Cada vez que eu identifico um erro cometido por um ser humano, começo a examinar o meu comportamento em ocasiões parecidas e procuro ver qual a semelhança que existe com aquele que acho incorreto. Identifico dentro de mim muitos dos erros que eu condeno nas outras pessoas.

Ser tolerante não significa ser omisso com relação ao erro cometido por um ser humano ou esquecer nosso papel de educador perante as pessoas que estão sob nossa responsabilidade. Ser tolerante significa perdoar os erros cometidos pelos outros e ajudá-los a se corrigirem, tantas vezes quantas sejam necessárias para eles serem capazes de vencerem os erros. Devemos ser tolerantes com os erros alheios, da maneira como esperamos que os outros sejam tolerantes conosco.

Existem erros que estão tão enraizados dentro de nós, são praticados há tanto tempo, que passaram a ser considerados por nós como um comportamento normal. Estes são os mais difíceis de combater, pois desconhecemos a sua existência. Vamos tentar tornar esta idéia mais clara através de um exemplo. Eu sou maledicente e costumo freqüentar grupos onde todos falam mal das outras pessoas, acho este comportamento “normal” e não o identifico como uma mazela a ser combatido, o que torna difícil extirpar este mal da minha alma.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
Fortaleza, 19 de março de 2009.
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