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Crônicas

Despertar de JP

Mais uma vez eu vejo a claridade do dia surgir e substituir o manto negro da noite, mas o Sol ainda não apareceu no horizonte. A luz vem na frente para anunciar que ele surgirá dentro de pouco tempo, ela espanta as trevas da noite e inicia um novo dia. Horizonte sem nuvens, a claridade mostra o céu azul, o Sol ainda escondido atrás da linha do horizonte, delineada pela água do mar. Pouco tempo depois vemos uma pontinha do Sol surgir no horizonte, ele vai aparecendo de maneira preguiçosa, lenta, até se mostrar por inteiro e aquecer o dia.

No ar a promessa de um dia quente. Surge uma nuvem no horizonte, depois outra e mais outras, em pouco tempo o firmamento está coberto, o Sol desaparece, mas a claridade permanece e as nuvens não prenunciam chuva. A promessa de um dia de sol é substituída por um dia nublado. O vento começa a soprar as nuvens para bem longe, em pouco tempo o horizonte volta a ficar azul, retorna a promessa de um dia quente, sem nuvens.

Mais uma vez a cidade se movimenta e reacende a esperança ou a desesperança de muitas e muitas pessoas. A cidade desperta como se fosse um animal com milhares de pernas que se movimentam de maneira independente e caótica. Apesar do aparente caos da movimentação dos milhares de pernas, a cidade caminha para a realização do seu objetivo, existe uma ordem na desordem aparente.

Minha querida João Pessoa, tu despertas como uma mulher carinhosa, deixas que teus habitantes se enrosquem no teu corpo, deslizem por ele como o amante no corpo da amada. Acolhes com amor a todos, ofereces o leite dos teus seios aos que não são filhos de teu ventre, nasceram em outras terras, mas são acolhidos como filhos do teu coração, sem os distinguires daqueles que nasceram do teu ventre.

O pão de cada dia tu ofereces a todos os que te buscam, apesar de não seres rica. Aprendestes a dividir com todas as pessoas o pouco que tens. Apesar de ser pobre, tens muito amor para dar e é por esta razão que o Sol, ao visitar o Brasil, envia o seu primeiro raio para te beijar.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 9 de novembro de 2007.
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