Procurando alguma coisa?

Poesias

Prisões II

Um grito preso na garganta
não consegue se libertar
e pelo espaço ecoar.

Um desejo preso no peito
não consegue se libertar
e ao mundo se revelar.

Uma vontade presa na alma
não consegue se libertar
e no cotidiano se realizar.

Um sonho preso na noite
não consegue se libertar
e ao dia se revelar.

Um pão não servido
não consegue se libertar
e matar a fome do faminto.

Uma água não servida
não consegue se libertar
e matar a sede do sedento.

Uma obra presa na gaveta
não consegue se libertar
e fecundar outras mentes.

Um amor preso no coração
não consegue se libertar
e a outro coração se desnudar.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 17 de março de 2006.
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