Procurando alguma coisa?

Obras de Amigos

Sentença – Marcello Piancó

Esse tempo cruel que sempre escorre

Não para, não branda e nem espera

Faz segundo, minuto, hora e era

E da sentença final ninguém recorre

 

Pois quem mata o tempo também morre

E a morte, essa sim, é bem durável

Sendo o tempo o senhor inexorável

Ele trucida ao tempo em que socorre

 

Quando o mármore servir-me de abrigo

E uma lembrança da pena de um amigo

Sentenciar-me no meu necrológio

 

Terei no rosto um riso desagravo

Dizendo enfim não mais serei escravo

Dessa cruel prisão que é o relógio

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