Procurando alguma coisa?

Obras de Amigos

Não Sei Nada do Mar – Eliane Duarte

Ramos de incertezas e silêncios

Navios ancorados em meu ser

Ondas bravas se erguem

E são espasmos para a morte

Entre folhagens os abismos

Tuas mãos vazias são oásis

De puras carícias

Os ventos do Norte

Oscilam e o prumo do barco

São afagos de seda

O mar é navio sem leme

Arrebata a gente

De solidão e mistérios

Ao ver o sol despertar

Abraça o desconhecido

Remove pedras

E lança na areia o sal

Embriagando a maresia

Silenciando o homem

Em sua bagagem a onda

A cada manhã

A concha, o arbusto, a flor

Insaciável arfagem

Onde tudo nasce

Renasce o movimento

E faz a curva no centro do mundo

Amar é redescobrir a palavra

Que liberta o tempo

A hora que resta

O longo esforço

A busca incessante

Do que não há em mim

Nem em ti

No fundo do mar

Toda a terra se deita

E se deleita

Com o azul

Que ninguém decifra.

Poetisa carioca radicada no Recife, com várias antologias publicadas.

                   0 Comentários 111 Views