Procurando alguma coisa?

Obras de Amigos

Antítese – Eliane Duarte

Não há poesia
Nos fios dos teus cabelos
Em braços afagados
No roçar dos joelhos
Poesia não há
Nas casas, folhas, navios
No olhar do amante
Que pulsa ofegante
E lê delirante a noite serena
Planta uma rosa e dá de presente
Escreve uma carta
Dizendo o que sente
A carta viaja pra muito distante
Atriz entra em cena
E lê o poema em alto falante
O eco vibra a estrela cadente
Bamboleia o lago na noite escura
O sapo diz foi, não foi, foi e não foi
Vaga lume vê enorme clarão
É a noiva de branco lhe dando cartaz
Em cima do morro já indo embora
Vendo que toda a fauna e flora
Em comunhão com a terra
Disfarça de lebre, de cobra e gira
A doce menina que passa
De pura a beleza me espanta
Até o gato que mia
Diz pros quatros cantos do mundo
Não haver poesia.
 
Poetisa carioca radicada no Recife com várias Antologias publicadas.
                   0 Comentários 94 Views