Procurando alguma coisa?

Crônicas

Zabaneira

Estava almoçando em uma barraca na praia do Cabo Branco, local que costumo freqüentar uma ou duas vezes por semana, quando escutei alguém chamar uma mulher de zabaneira. Não conhecia esta palavra e fiquei curioso, chamei o garçom, pedi um pedaço de papel e um lápis, anotei a palavra. Quando retornei para casa, corri para o dicionário e lá estava escrito o significado de zabaneira: 1) mulher impudica, desavergonhada; 2) meretriz.

Achei a palavra interessante e resolvi escrevinhar alguma coisa com este título. Digitei o parágrafo acima e parei para entrar na Internet, verificar se existia alguma figura com este nome para colocar na Seção de Crônicas. Para minha surpresa, não sei explicar a causa desta surpresa, talvez pelo fato de acreditar em honestidade, algumas das figuras que encontrei eram charges de políticos brasileiros. Depois de refletir por alguns minutos cheguei à conclusão de que faz sentido o que ali encontrei. Com algumas exceções, é importante ressalvar, os políticos brasileiros são zabaneiros. Resolvi abandonar aquela pagina da Internet e procurar a figura de uma flor. Neste momento, vi a figura de um olho castanho que me chamou a atenção. Aquele olho me passou uma mensagem de pureza e honestidade (é a figura que está publicada junto com este trabalho, na Seção de Crônicas).

Fitei o olho e perguntei: você é um olho honesto? O olho continuou impassível, sem piscar, sem se comunicar comigo, afinal é apenas uma foto. Como seria a dona do olho? Seria aquele olho realmente bonito ou era apenas o produto de algum programa de computação gráfica? Seria a dona do olho tão bonita quanto o olho? Seria a beleza do olho o reflexo da beleza da alma? Ou apenas o reflexo da beleza física? Ou a síntese das duas belezas? Seria a dona do olho uma mulher do tipo sepulcro caiado, muito bonita por fora, mas podre por dentro?

O olho me fez pensar que no próximo dia 3 escolheremos as pessoas que irão governar o Brasil e os Estados. Fiz uma prece e pedi a Deus que me dê olhos capazes de ver qual deve ser a minha escolha na hora de votar. Supliquei a Deus que ilumine meu espírito e me ajude a não votar em políticos zabaneiros.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 1 de outubro de 2010.
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