Procurando alguma coisa?

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Vejo uma pena de ave flutua no ar, não tem vontade própria, é tangida pela brisa que sopra, ora mais forte, ora mais fraca, ora numa direção, ora noutra direção. Eu observo a pena de ave, ela segue ao sabor das correntes de ar, rapidamente desaparece do meu campo visual. Em algumas ocasiões as nossas vidas se assemelham àquela pena de ave, somos tangidos pelos acontecimentos e nada podemos fazer para mudar o curso da nossa vida. Um exemplo disto é a perda de um ente querido. Outro exemplo: mudanças nas políticas governamentais provocam a perda do nosso emprego. Inúmeras outras ocorrências acontecem em nossas vidas sem que possamos fazer absolutamente nada.

Existem também inúmeras coisas que acontecem conosco porque deixamos de fazer algo. Um exemplo bem trivial: não tenho nada para comer porque tive preguiça de ir até o supermercado fazer as compras para abastecer a casa. Outro exemplo: deixo de comparecer a um compromisso importante porque fiquei com preguiça de levantar da cama quando o despertador tocou, cochilei e acordei tarde, o horário do compromisso havia passado. Muitas vezes estas pequenas coisas têm conseqüências enormes em nossas vidas, mudam o curso das nossas existências.

No tempo em que exercia as minhas atividades profissionais eu observava o comportamento dos colegas de trabalho. Alguns recebiam uma tarefa extra com prazo marcado para sua entrega, tratavam de realizá-la antes do prazo e iam cuidar de suas atividades normais. Antes do prazo de entrega eles revisavam o trabalho e corrigiam os erros que ocorrem na execução de qualquer atividade. Existiam também aqueles que deixavam para fazer o trabalho quando só existia o tempo exato de fazer a tarefa, qualquer dificuldade impossibilitaria o cumprimento do prazo de entrega. Muitas vezes estes trabalhos tinham erros que comprometiam aquele profissional, erros que poderiam ser detectados por ele, caso tivesse tempo para realizar uma revisão. O primeiro tipo de profissional era calmo e seu trabalho digno de confiança, o segundo era uma pessoa à beira de um estresse, cuja causa era apontada por ele como excesso de trabalho.

Para algumas pessoas a coisa mais chata e difícil de fazer é dizer para outra pessoa que não está gostando do comportando dela. Do outro lado desta escala existempessoas que sentem prazer em apontar as falhas dos outros. É raro encontrar um ser humano capaz de mostrar as falhas das pessoas sem magoá-las, com o objetivo de ajudar, mostrando o caminho para a correção. Nós temos medo de quem é capaz de enxergar com clareza as nossas falhas e passamos a nos relacionar e a falar destas pessoas de acordo com o nosso caráter.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 21 de fevereiro de 2008.
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