Os primeiros raios de sol surgem no céu, dissolvem a pouco e pouco o manto negro da noite. Dentro de breves minutos muitas pessoas despertarão para realizar o sonho dourado de suas vidas, enquanto outras acordarão para enfrentar o pesadelo que as atormentam. Muitas apenas abrirão os olhos para executarem, “dormindo”, as tarefas necessárias para sua sobrevivência.
A Vida segue seu curso inexorável, não dá prêmios gratuitos ou pune os seres humanos, apenas dá a cada um de acordo com as suas obras, colhemos o que semeamos. Cabe então uma pergunta de suma importância: o que eu estou semeando com os meus pensamentos e com as minhas ações? Quais serão os frutos desta semeadura? Quando os primeiros frutos surgirem eu sentirei orgulho ou ficarei envergonhado?
A claridade do dia surge, espanta as trevas da noite. Fico a imaginar algumas ações dos seres humanos, elas são semelhantes ao sol, iluminam a Vida. Também existem ações de alguns seres humanos que cobrem a humanidade com o manto negro da vergonha. Ações direcionadas pela claridade do amor, ações direcionadas pela escuridão do ódio. Na luz vemos com clareza o caminho, na escuridão não vemos por onde andamos, podemos cair no precipício. Ser iluminado pelo sol do amor ou viver mergulhado nas trevas do ódio é sempre uma escolha nossa, depende da semente que estamos jogando no solo sagrado do relacionamento com os reinos hominal, animal, vegetal e mineral.
Cada ação gera uma reação, é uma lei da Vida. Cada ação executada por mim, cada palavra dita pela minha boca, cada pensamento gerado pela minha mente, estão contribuindo para o equilíbrio ou para o desajuste da Terra. Reflito sobre esta realidade, peço ao Criador que me ajude a contribuir para o equilíbrio da Terra, faço uma oração e rogo o discernimento necessário para escolher sempre o caminho do amor. Suplico a força necessária para que o amor permaneça no meu coração durante todo o dia. Peço perdão pelos meus momentos de desamor, quando provoquei desajustes em outros seres humanos, fui motivo de dor para eles. Peço também as forças necessárias para reparar cada ato de desamor praticado.O sol, apesar de escondido pelas nuvens, ilumina a cidade. Uma nova luz se acende na minha alma, compreendo como sempre agi de maneira egoísta nos meus relacionamentos com os seres humanos. Espero que a semeadura de luz deste amanhecer ilumine a minha alma e me ajude a compreender a mim mesmo, então serei capaz de compreender a Vida.
João Pessoa, 27 de julho de 2007.