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Crônicas

Paris

Paris é linda, seria uma cidade agradável se não fosse habitada pelos parisienses, isto é, pelas pessoas que ali vivem, independente do lugar do mundo onde nasceram. Os parisienses são chatos e arrogantes na sua maioria, como se o fato de morarem em Paris lhes outorgasse um título de superioridade. Caso seus moradores tivessem o humor do carioca, ela seria uma cidade encantadora, ótima para se morar. Paris assemelha-se a uma mulher belíssima, porém esnobe. Ela é admirada pela sua beleza e sofisticação, mas poucas pessoas gostariam de conviver com ela.

Devo reconhecer que é mais verde do que a minha querida João Pessoa, sem a menor sombra de dúvida, mas não tem calor humano, é fria e pedante. Nesta época do ano as folhas das árvores começam a cair com o frio que chega com o outono europeu e obrigará, dentro de poucas semanas, os seus habitantes a recolherem-se em suas habitações. Em João Pessoa existe uma temperatura quente durante quase todo o ano e o calor humano é elevado em qualquer estação.

Paris é uma cidade sofisticada, aqui a arte atinge níveis elevados, somente compatíveis com a cidade de Nova Iorque. Noutras cidades existe um tipo de arte que atinge níveis de excelência maiores do que nestes dois centros, mas quando se analisa o conjunto das artes, estas duas cidades são inigualáveis. Mas isto não dá à cidade de Paris o direito de ser arrogante.

Não gostaria de morar aqui, Paris não enche a minha alma de poesia. Dormi três noites no seu ventre, fiquei encantado com sua beleza, mas a poesia emudeceu dentro de mim. Não sei dizer a razão de Paris não ter encantado a minha alma. Talvez ela seja demasiado sofisticada para um “paraíba”. Amei os outros lugares da França que visitei, seus habitantes são amáveis.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
Paris, Outubro de 2011.

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