Hoje acordei cantarolando uma música que fala acerca da mulher paraibana e a descreve com maestria. Um dos trechos da música diz: “Não tem a fama da baiana / Mas a paraibana / Sabe amar, tem sedução”. Nos dias em que dou um passeio pela praia vejo como a mulher paraibana é bonita. E uma coisa chama a minha atenção, a nova geração é mais bonita e sensual, mais “sarada” como dizem os jovens.
A mulher paraibana é linda de alma e de corpo, inteligente, morena e sensual, um jeito faceiro todo seu de falar e andar. O seu balançado não é famoso como o das mulheres de Ipanema, imortalizado pela canção de Vinicius de Moraes, mas nas praias paraibanas elas mostram que o seu balançado não fica a dever nada para o balançado da mulher carioca. Eu gosto de vê-la a passear na praia, sozinha ou em bando, o sol a banhar o seu corpo, o sorriso a iluminar seu rosto.
Os lábios da mulher paraibana são doces como se estivessem besuntados de mel de rapadura e falam palavras capazes de fazer um homem sentir-se no paraíso. Ela absorve o calor do sol e aquece quem a vê passar, a ondular o corpo na areia da praia com mais graça que as ondas do mar. Seu jeito faceiro encanta a minha alma, eu gostaria de ser capaz de descrever a luz do seu olhar a iluminar as veredas por onde o homem deve caminhar. Os pés graciosos deixam marcas na areia, registram sua passagem na praia, para ter seu rastro adorado pelos pobres homens. Ah, como é linda a bunda da mulher paraibana, a requebrar num balanço mais encantador que o dos coqueiros embalados pelo vento, me leva a sonhar com o amor.
A alma da mulher paraibana é linda! É uma alma capaz de suportar lutas e privações. Ela tem qualidades nobres e encantos capazes de iluminar almas sem brilho. É alma multifacetada, capaz de exercer as mais diversas tarefas nos campos material e espiritual, capaz de enfrentar longas jornadas de trabalho dentro e fora do lar. Somente uma alma assim tão forte e bela seria capaz de suportar a indigência da alma do homem paraibano.
A figura da mulher paraibana que a maioria dos brasileiros das outras regiões conhece é aquela da mulher sertaneja castigada pela seca, pele enrugada pelosofrimento e ressecada pelo sol abrasador, desnutrida, sem dentes e envelhecida pelas lutas para matar a fome e a sede de cada dia. Estas imagens mostradas pela televisão nas épocas de seca retratam a realidade de uma parcela da população feminina, mas não é o universo da mulher nordestina. Tais imagens mostram uma das faces visíveis da miséria material, mas não mostram as inúmeras faces ocultas da miséria moral dos responsáveis por esta situação, faces estas capazes de causar horror a qualquer ser humano, pois tais ‘faces morais’ mostram a verdadeira miséria do ser humano.
João Pessoa, 3 de setembro de 2007.