Mais uma vez eu sinto uma musica tocar as cordas mais sensíveis do meu coração. Sinto-me envolvido por uma onda de tristeza, o coração reclama a falta de algo, mas não sei definir o que é. A música envolve todo o meu ser com o manto da tristeza, as lágrimas escorrem pelos olhos, descontroladas. Não sei a razão de tamanha tristeza. Uma brisa suave sopra do mar, pergunto a ela a razão desta tristeza, mas ela nada me diz, a brisa apenas passa e me deixa na companhia das minhas sensações.
Agora toca outra música, como em um passe de mágica ela transforma o que sinto. A tristeza passa sem que eu saiba a razão deste sentimento ter avassalado meu ser. Esta nova música leva-me a um estado de alegria, o cenário muda. Vejo tudo colorido, escuto os sons da natureza, contemplo o firmamento, tudo é tão belo.
Reflito sobre o poder da música, ela me faz ficar alegre ou triste. Os músicos assemelham-se a semeadores que saem pelo campo a jogar as sementes da alegria ou da tristeza. A linguagem da música é universal, ela comunica a sua mensagem independente de quaisquer restrições, portanto, o seu poder de disseminar a alegria ou a tristeza é imenso. As sementes da alegria e da tristeza são jogadas no solo fértil da minha alma, mas a decisão de cultivar uma ou outra é minha. É claro que existem acontecimentos que independem da minha vontade, mas o modo como agirei após estes acontecimentos é uma escolha minha.
Fico a imaginar a Terra como uma grande orquestra. Tudo o que existe nos três reinos da natureza (o mineral, o vegetal e o animal) seriam os instrumentos a serem tocados pelos seres humanos no Concerto da Vida. Uma pergunta é inevitável: Como soa na Terra e no universo a música que nós, os seres humanos, tocamos? Provoca alegria ou tristeza?
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, Junho de 2012.
