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Crônicas

Janelas

O dicionário define janela como uma “abertura na parede dum edifício para deixar que nele entrem a luz e o ar”. Nas edificações construídas pelos seres humanos existem janelas de vários tamanhos e modelos. Uma das finalidades das janelas é permitir a quem está fora da edificação olhar o seu interior e a quem está dentro olhar o que se passa no exterior. O corpo humano também tem várias janelas que permitem ao espírito entrar em contato com o universo, assim como permite ao universo entrar em contato com o espírito que utiliza o corpo para crescer em amor e conhecimento, as duas asas que permitirão o grande vôo em direção ao Criador.

Os olhos são uma das janelas da alma. Alguns olhos são indiscretos e transparentes, revelam tudo o que a alma sente, enquanto outros são discretos e dissimulados, nada revelam do que se passa na alma do seu dono. São tantos os formatos e as cores dos olhos, transformados em canção, verso e prosa, mas nada substitui a observação direta que permite ao ser humano sentir emoções indescritíveis quando os olhos falam de coisas que as palavras não conseguem traduzir. Os olhos sempre me fascinaram, já escrevemos uma crônica cujo título é: Olhos. Nada é mais sensual do que os olhos de uma mulher inundados pelo desejo de se entregar a um homem, nestas horas os olhos fazem promessas mudas de encantamento e ternura, hipnotizam o homem e o arrasta sem que ele perceba o que acontece, dando-lhe a sensação de que é ele o sedutor. Eu gostaria de ser capaz de traduzir tudo o que os olhos das mulheres dizem.

A pele é outra janela que deixa passar sensações deliciosas da natureza para o corpo ou de corpo para corpo. Sentir o toque dos primeiros raios do Sol, as carícias da brisa marinha, banhar-se nas águas do mar ou de rio e tantas outras sensações propiciadas pela natureza. O cheiro da pele de um bebê é uma delícia que todos gostam de sentir. Um ser humano cheiroso desperta a sensualidade do seu par, tanto quanto um fedorento diminui as possibilidades do casal se enroscar na dança do amor. Uma pele macia é um deleite para quem a toca.

A boca e o ouvido são outras janelas da alma. Uma boa música conduz a alma até o sétimo céu. Para os que amam é um prazer falar com a pessoa amada e escutar a sua voz, os pais de adolescentes que se apaixonam comprovam este fato quando recebem a conta telefônica no final do mês. Através dos ouvidos e da voz somos iniciados na arte de viver, aprendemos as lições necessárias para nosso relacionamento com o universo.

Quantas outras janelas existem?

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, junho de 2008.

 

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