Procurando alguma coisa?

Crônicas

Folha Seca

Uma folha seca é tangida pelo vento, não tem vontade própria, é levada para onde o vento a conduz. Muitas vezes o vento do destino empurra um ser humano para lugares que ele não deseja estar, por mais esforços que ele faça não consegue mudar o rumo dos acontecimentos. A Vida é inteligente, por esta razão somos obrigados a reconhecer que, a cada momento da nossa existência, vivemos as experiências necessárias para a nossa evolução.

Reconheço que muitos fatos acontecidos comigo foram conseqüências dos meus atos, mas também existiram coisas que ocorreram e foram provocadas por eventos que independeram da minha vontade ou do meu agir. Nestas ocasiões a força dos acontecimentos me empurrou em determinada direção, de nada adiantaram os esforços realizados por mim para mudar o curso destes acontecimentos. Acredito terem sido estes fatos necessários para o meu crescimento como ser humano, foram lições a enriquecerem o meu processo evolutivo, embora algumas lições tenham sido dolorosas e difíceis de serem compreendidas no momento em que foram ministradas pela Vida. Tal qual uma folha seca tangida pelo vento, em muitas ocasiões a Vida me empurrou para situações que jamais iria por vontade própria. Apesar de machucado com o curso de alguns desses acontecimentos, hoje reconheço que foram aprendizados valiosos.

Alguns amigos me dizem que não se arrependem de nada do que fizeram, fariam tudo exatamente do mesmo modo. Algumas vezes eu também fiz tal afirmativa, mas hoje eu gostaria de confessar uma coisa: tomaria muitas decisões de modo totalmente diferente. Algumas decisões tomadas por mim mudaram o rumo da vida de outras pessoas, entretanto, não foram as decisões mais corretas, poderia ter seguido outros caminhos e provocado impactos menores nas vidas destas pessoas. Cometi muitos erros ao tomar decisões, alguns enganos modificaram minha vida. Mas o que me dói na consciência é o fato de ter tido oportunidades de mudar o rumo da minha existência e não o fiz. E as decisões que não tomei, o AVC tomou por mim.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 10 de fevereiro de 2010.
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