Todo dia nós cuidamos dos nossos corpos, algumas pessoas com mais empenho do que outras, mas todos os seres humanos gastam alguma parcela do dia para cuidar dos corpos. Existem exageros, isto é, pessoas cujos objetivos de vida podem ser resumidos em cuidarem dos corpos com tal empenho que esquecem as suas almas, enquanto outras direcionam seus esforços para suas almas, desprezam seus corpos e mal dão a eles os cuidados necessários para sobreviverem.
Recebemos de Deus uma alma e um corpo, sinal de que necessitamos dos dois para viver e evoluir neste planeta que nós chamamos de Terra, sem sabermos qual o nome que Deus deu para ele no momento que o criou. Durante muito tempo sempre agi sem equilíbrio, ora cuidei do corpo e desprezei a alma, ora cuidei da alma e desprezei o corpo. Excluído o período da juventude, quando fui ateu, nas demais fases da vida acreditei que tinha uma alma e um corpo criados por Deus, mas nunca agi com equilíbrio, em alguns momentos eu agi como se tivesse apenas corpo, noutros agi como se tivesse apenas alma. Somente agora começo a perceber que tenho de equilibrar minhas ações entre a alma e o corpo.
Qual o mais importante: a alma ou o corpo? Todas as religiões dizem que a alma é imortal, logo, ela deve ser o foco da nossa atenção, sem desprezarmos o corpo que nos foi dado por Deus para crescermos em sabedoria e virtude. Portanto, vamos cuidar das nossas almas em primeiro lugar, mas sem descuidarmos de nossos corpos.
Dentro de cada ser humano existem oceanos profundos e insondáveis, firmamentos infinitos, terras férteis, desertos, universos insondáveis. Assim sendo, é uma tarefa difícil encontrar o equilíbrio entre as necessidades da alma e as do corpo. Necessito aprender o significado mais profundo deste ensinamento cristão: “dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus”.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, maio de 2012.
