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Poesias

Vagabundagem

Vivo a escrever poesia
cuja única serventia é
incomodar amigos e parentes
que recebem o que não pediram.

Vida de vagabundagem
sem as desvantagens da boemia
curto a ociosidade da aposentadoria
com prazer e alegria.

Acostumado a não fazer nada
tendo como única ocupação
lubrificar o eixo do tempo
sofro de urticária quando escuto a palavra trabalho.

Ando a busca de alguém
tão desocupado quanto eu
para me ajudar nesta dura tarefa
de passar a vida sem fazer nada.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 5 de julho de 2005.
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