Duas escovas de dente viviam penduradas em uma prateleira de supermercado, presas em embalagens individuais hermeticamente fechadas, isoladas e sem se comunicarem. Um dia as duas escovas foram compradas por uma mulher que as levou para sua casa, tirou-as das embalagens e colocou-as em um copo, uma de frente para a outra. A partir deste momento elas passavam o dia conversando, não tinha televisão no banheiro, a única diversão das duas escovas era olhar os corpos das bocas que elas escovavam colocarem-se em determinadas posições na cama e dançarem de um modo que elas não entendiam. Depois de algum tempo elas resolveram imitar seus donos para ver se aquilo era divertido. Não acharam graça naquilo que parecia causar tanto prazer aos donos das bocas que elas higienizavam várias vezes todo dia, sem descanso semanal remunerado. Certo dia uma escova foi deixada junto de um rolo de papel higiênico e desabafou: “Às vezes acho que tenho o pior emprego do mundo”. Ao escutar aquilo o rolo de papel higiênico exclama: “Você pensa assim por não conhecer o meu trabalho”.
Moral da história: O que é prazer para um não diverte outro e sempre é possível encontrar alguém exercendo uma atividade pior do que a nossa.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
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