Eu fico fascinado ao ler as histórias dos avanços da ciência no ocidente, as lutas de alguns cientistas contra os conceitos e os preconceitos da época em que viveram ou da época atual. As suas pesquisas da realidade apontam para uma conclusão, mas a religião dominante no ocidente diz outra coisa, o que leva grande número de pessoas a negar o que testemunham. Há pouco tempo atrás os cientistas sustentavam a tese de que a Terra era redonda e apresentavam como prova a evidência da chegada de um navio ao porto. Primeiro se enxergam as pontas dos mastros, depois as velas, em seguida o convés e, por fim, o casco do navio. Caso a Terra fosse plana nós veríamos um pequeno ponto no horizonte, a aumentar de volume à medida que o navio se aproximasse do porto.
Quando analiso o modo como os conceitos e os preconceitos de uma época determinam o modo como o ser humano vê o mundo, eu pergunto a mim mesmo: qual a distância existente entre a realidade e o que eu percebo através dos cinco sentidos? Até que ponto a minha percepção da realidade está sendo distorcida pelos meus conceitos e preconceitos? Às vezes eu chego a me perguntar: o que eu vejo é real ou é uma ilusão?
Os conceitos morais são aprendidos pela criança até a idade de sete anos, o que ressalta a necessidade de receberem uma educação aprimorada até esta idade. Uma mudança muito grande deverá ocorrer nos próximos anos, todo o sistema educacional deverá ser repensado, pois as reformas das bases da nossa estrutura de vida começarão com a mudança no processo de educar nossas crianças. Para que esta mudança ocorra, os adultos de hoje deverão assumir seus papéis de “fazedores”, isto é, deixar de acreditar que as mudanças irão ocorrer simplesmente porque foram colocadas no papel. Nós temos muitas leis e muitos planos, muitas coisas colocadas no papel, mas não temos “fazedores”, faltam-nos as pessoas capazes de transformar as leis e os planos em realidade.
Para que todo este processo de mudança tenha início é necessário que eu aprenda a utilizar a arma do voto. Devo começar a votar consciente de que disponho de uma arma poderosa para mudar o Brasil, não devo votar apenas para cumprir uma obrigação legal. Devo escolher bem a pessoa que vai receber o meu voto, acompanhar seu trabalho e verificar se ela está cumprindo os compromissos assumidos na campanha eleitoral.
João Pessoa, agosto de 2007.