Procurando alguma coisa?

Crônicas

Caminhos da Vida

Quero, mais uma vez, agradecer publicamente aos filhos, ex-esposas, parentes e amigos, a grande ajuda que me deram quando sofri as limitações impostas pelo AVC. Obrigado por terem suportado os meus momentos de irritação nos primeiros dias após o problema que paralisou o lado direito do meu corpo. Aturdido com a grande lição que recebia, não entendi os ensinamentos que recebia da Vida, tomei muitas decisões equivocadas, agi muitas vezes de modo irresponsável, magoei muitas pessoas. Quando consegui sair da cama, com a visão limitada e andando com a ajuda de aparelhos, recebi dos parentes e amigos um inestimável apoio para recuperar a alegria de viver. Algumas pessoas ajudaram mais do que outras, mas em todas percebi que o seu apoio era dado de coração e de acordo com a sua condição de ajudar. Estas almas lindas e generosas um dia me carregaram nos seus ombros, nesta época a minha alma estava enferma, estas pessoas ensinaram-me a suportar o peso do meu corpo com as próprias pernas e, principalmente, mostraram- me como percorrer o caminho com alegria no coração, agradecendo a Deus a benção de estar vivo. A todos os que me ajudaram, a minha eterna gratidão, não tenho como pagar esta dívida de amor com vocês, pois eu nunca aprendi a amar, não posso dar uma coisa que não tenho.

Nos últimos anos consigo identificar as lições propiciadas por cada situação que a Vida me oferece, detenho-me nos ganhos e nas perdas apenas para avaliar os ensinamentos que elas trazem, sem desperdiçar tempo com lamentações ou regozijo acerca de fatos que passaram. Com o passar dos anos aprendi que não vale a pena desperdiçar energia comentando fatos consumados que não posso retificar, estas lições servem para mostrar os acertos e desacertos no caminho que sigo.

Algumas pessoas que me ajudaram nesta fase, nos dias de hoje seguem caminhos diferentes, nossos corpos não se encontram há muito tempo, deixei de sentir o calor das suas energias físicas. As nossas almas continuam unidas, sempre que me lembro de uma delas sinto uma alegria imensa e minha alma fica repleta de energia, a amizade verdadeira não necessita da proximidade física para continuar a existir. Agradeço sempre a Deus pelas duas esposas que Ele me presenteou e eu não soube conservar estas dádivas divinas, agradeço também pelos meus filhos, netos, parentes e amigos, eles enriquecem a minha alma. Hoje quero agradecer, mais uma vez, por estas pessoas fazerem parte da minha vida e pedir desculpas por não ter sido capaz de dar a cada uma delas apenas uma pequena parcela do amor que elas me deram, mas ninguém consegue dar aquilo que não possui.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
Fortaleza, 28 de março de 2009.

 

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