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Crônicas

Avaliação

Uma amiga, falecida há muito tempo, costumava me dizer que um dos maiores erros que o ser humano comete é avaliar as pessoas que o cercam sem ter as condições necessárias e suficientes para realizar esta avaliação. Segundo ela, quem não foi treinado para realizar este tipo de trabalho, costuma utilizar os seus valores morais e os seus padrões de comportamento para realizar esta tarefa. Muitas vezes, a nossa balança é grosseira e imprecisa, não serve para “pesar” metais valiosos, grandes erros de avaliação podem ser cometidos, tanto para mais quanto para menos.

Tenho consciência de que devo ser capaz de saber se uma determinada circunstância, provocada por terceiros, me é conveniente ou não, caso contrário embarco em situações que não desejo ou são constrangedoras. Entretanto, quando passo desta avaliação e tento adivinhar a intenção da pessoa ao dizer ou realizar uma coisa, entro em terreno perigoso, sujeito a muitos enganos. Caso o tempo assim gasto seja utilizado no exame do meu comportamento, eu teria a oportunidade de corrigir muitos dos meus erros e seria um ser humano bem melhor do que sou. O pior erro que o ser humano comete é quando mede e pesa coisas que desconhece, mas emite opiniões como se fosse um doutor no assunto, sem admitir contestações aos seus pareceres equivocados. Estas pessoas não sabem quais serão as consequências das suas palavras naqueles que as escutam e acreditam que ouvem uma opinião abalizada. Não gosto de conviver com este tipo de pessoa, mas elas são úteis para aprimorarmos nossas técnicas de escapar de gente chata.

O pior tipo de ser humano é aquele que somente admite como correta as opiniões emitidas por ele. Qualquer coisa que divirja da sua opinião sobre um assunto é designada, por ele, como equivocada. Este tipo pode ser classificado como “o chato dos chatos”. Já convivi, durante anos, com pessoas assim e não desejo este tormento para ninguém.

Quando fechamos os nossos ouvidos para escutar as outras pessoas, limitamos a nossa capacidade de aprender e de crescer. É através dos seres que convivem conosco que a Vida nos dá as lições necessárias para o nosso crescimento. Quando convivemos com pessoas que nos prejudicam e nos atormentam, devemos perguntar à Vida: o que necessito aprender com esta situação?

 

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, Fevereiro de 2011.
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