Depois de muito tempo sem ter
a companhia da poesia,
me dediquei a escrever letra de música.
Escrevi doze letras.
Ao ver que o relacionamento com a música
poderia se transformar em um caso sério,
a poesia retorna e explode dentro de mim,
como a me dizer que ela é a dona do pedaço.
E como uma amante alucinada,
ela não se retira do leito da criação,
e me leva a escrever sem descanso,
abandonando amigos e parentes.
Sou refém da poesia,
que dita o meu modo de viver
e, sem a menor cerimônia,
me diz quando posso sair
e com outras pessoas conviver.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, março de 2019.