Naufragados no mar da solidão
que atormenta suas vidas
agarram-se a qualquer coisa
que pareça flutuar.
Na ânsia de não ficarem sozinhos
para não enxergarem a si mesmos
pulam nas bocas dos tubarões
que vorazes os devoram.
Ilhados pelas suas neuroses
a lamentar a própria situação
deixam de nadar para o continente
que aguarda sua contribuição.
Quantos trabalhos a esperar
uma mão para executar
uma voz para comandar
uma cabeça para organizar.
Nos seus lamentos esquecem
que tecem os próprios destinos
resultado direto dos seus modos
de pensar e de agir.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, fevereiro de 2006.