Hoje cedo me lembrei dela,
a sua imagem surgiu no painel das recordações,
recordei seu rosto a sorrir,
recordei o brilho dos seus olhos
a me dizerem coisas que
somente os seus olhos sabiam me dizer.
Agora estou em uma barraca na praia,
um barulho ensurdecedor ao meu derredor,
me lembro do que aconteceu hoje cedo,
e escrevo esta poesia como se eu estivesse
em um lugar onde o silêncio é absoluto.
Os momentos que vivi com ela falam alto,
quando eles surgem na memória,
ocupam todo o meu ser,
nada mais existe além das lembranças
dos momentos que vivenciamos durante décadas.
Ela morreu há muito tempo,
então fico a me indagar:
O que a Vida deseja me dizer,
através destas recordações?
A morte levou a alma dela para lugares
que não sei onde ficam,
mas as lembranças dela ressurgem
nalguns dias da minha vida,
como se me convidassem
a caminhar com os pés no chão,
sem esquecer que um dia
caminharei pelas estrelas…
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, fevereiro de 2023.