Choro as dores de mais uma separação,
sinto o amargor da solidão,
junto os cacos pelo chão
do que sobrou da última união.
Nestas horas de sofrimento
tu trazes o ungüento,
aplicado com acalanto,
como se dos teus sonhos
eu fosse o unigênito.
Sempre volto para ti
que me acolhes carinhosamente,
amando-me ternamente,
curando minhas feridas.
Somente agora descubro que tu és
a água que sacia a sede,
o pão que mata a fome,
a prece que acalma,
a canção que embala,
o teto que agasalha,
a mão que acaricia.
Estava a buscar em vão
o que já possuía.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 10 de dezembro de 2004.
João Pessoa, 10 de dezembro de 2004.