Triste é a tua infância
a dormir nas ruas
sem o aconchego de um lar,
sem uma mãe para orientar.
Cheiras cola de sapateiro
que arruína a tua saúde
e traz a ilusão de que tu és rei,
sem veres que o manto é de lama
e a coroa de espinhos.
Limpas os vidros dos carros
implorando por um trocado
para alimentar o vício.
Atiramos uma moeda
e apaziguamos nossas consciências.
Até quando fecharemos olhos e ouvidos
aos deserdados e viciados?
Por que não temos
olhos de ver,
ouvidos de ouvir
e disposição para agir?
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 12 de novembro de 2003.
João Pessoa, 12 de novembro de 2003.