Até quando sorverei
cálice tão amargo
os meus atos lavraram
tão cruel sentença.
O que ensina a dor
com sofrimentos atrozes
o amor também ensina
sem tão pesado tributo.
A insanidade nos leva
a escolher o caminho largo
conduz ao precipício
choro e ranger de dentes.
Quanto tempo purgarei
tão dura sentença
desejo voltar a correr
pelas planícies verdejantes.
A luz está apagando
o óleo da lamparina se esgota
pouco tempo durará
para mostrar o caminho.
Não sei aonde conduz esta estrada
não sei se já trilhei este caminho
apenas caminho por ele
aprendo o que ele ensina.
Por que fui escolher
uma senda tão áspera
não sei o que devo fazer
para amainar a caminhada.
Espero encontrar as respostas
enquanto estou a caminho
deixar de sorver este cálice
tão amargo e doloroso.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 11 de dezembro de 2007.