Como tecer fios dourados?
Ouvir pirilampos a meia noite?
Se vago pelas ruas desertas
À procura do meu eu que partiu?
Como criar laços? Se o espelho é estilhaço?
Se em cada trilha eu me desfaço
Perco meu rumo em cada esquina
Na rima do poema que faço
E já nem sei que árvore me abriga
Que folhagens e raízes fincam meus pés
Meu caminhar ecoa na brisa noturna
Regresso em cada lua e me vejo em cada fase
A cada dia renasço e duvido da miragem
O sol que hoje abriga meu rosto
É o mesmo que iluminava o de ontem?
Sigo a minha sina de nuvem flutuante
Poetisa carioca radicada no Recife com várias Antologias publicadas.