Que fique só pra vocês.
Não é que eu seja freguês,
Mas vocês vão terminar
Acostumando-se comigo.
De tanto me confessar aqui,
Talvez vocês saibam mais
De mim do que eu próprio.
Espero que não esteja
Enchendo o saco, a memória.
Guarde contigo meus segredos.
Pois preciso de sossego.
E só o acho aqui quando escrevo.
Seja paciente comigo.
Deixe-me ocupar seus espaços.
Quem sabe eu acho um jeito,
Um defeito de assim proceder.
Quem sabe eu me recupero,
Quem sabe eu ache uma cura.
E ai quem sabe essa vontade,
De escrever sem fim.
Tenha enfim um fim.
Deixe-me acalmar os nervos.
Das paixões já perdi a esperança.
Do amor será a única e provável saída.
Mas o amor se esconde de mim.
Foge, corre, se esconde no fim.
Se vocês sabem onde ele mora,
Por favor, me ajude a achar.
Eu lhes pouparei dos muitos versos,
Dos escritos sem fim.
Mas quem sabe é o meu Karma.
Escrever tanto assim.
De bit em bit até o fim.
Será que rasguei os pergaminhos,
Da biblioteca de Alexandria?
E como castigo dos Deuses,
Obrigam-me a escrever assim?
De bit em bit. De letra em letra.
Ficar aqui por testemunha,
Como prova de que estive aqui?
Será?