Procurando alguma coisa?

Obras de Amigos

Os Bits por Testemunha – Ivaldo Gomes

Que fique só pra vocês.

Não é que eu seja freguês,

Mas vocês vão terminar

Acostumando-se comigo.

De tanto me confessar aqui,

Talvez vocês saibam mais

De mim do que eu próprio.

Espero que não esteja

Enchendo o saco, a memória.

Guarde contigo meus segredos.

Pois preciso de sossego.

E só o acho aqui quando escrevo.

Seja paciente comigo.

Deixe-me ocupar seus espaços.

Quem sabe eu acho um jeito,

Um defeito de assim proceder.

Quem sabe eu me recupero,

Quem sabe eu ache uma cura.

E ai quem sabe essa vontade,

De escrever sem fim.

Tenha enfim um fim.

Deixe-me acalmar os nervos.

Das paixões já perdi a esperança.

Do amor será a única e provável saída.

Mas o amor se esconde de mim.

Foge, corre, se esconde no fim.

Se vocês sabem onde ele mora,

Por favor, me ajude a achar.

Eu lhes pouparei dos muitos versos,

Dos escritos sem fim.

Mas quem sabe é o meu Karma.

Escrever tanto assim.

De bit em bit até o fim.

Será que rasguei os pergaminhos,

Da biblioteca de Alexandria?

E como castigo dos Deuses,

Obrigam-me a escrever assim?

De bit em bit. De letra em letra.

Ficar aqui por testemunha,

Como prova de que estive aqui?

Será?

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