Chama – Eliane Duarte.
Chama – Eliane Duarte
Quando em teus braços
Tu me prendes
Anseio ver o horizonte
Correr verdes prados
Comer jabuticaba madura
Até saciar a sede
Lamber teu nome
E salivar de fome
Sugar as raízes das amendoeiras
Não deixar rastros
Renascer a cada manhã
Como rascunho de carta
Jamais revista
E amordaçar o que deveras sente
Brincar de cabra-cega
Ser um broto no teu colo
Em teu ventre
Mergulhar na tua pele
E sentir o pêssego macio
Arrepiar-se do prazer
Ao percorrer enigmas
Nutrir-se do silêncio
Que orna o leito sagrado
E ser fugaz e quente
Como cigarro que se acende
Uma febre em chamas
O ar preso na garganta
Sorver teu cheiro
E comer teu nome
No ápice de um beijo.
Poetisa carioca radicada no Recife com
Várias Antologias publicadas.
