Todos nós,
Tomamos algumas.
E de ‘algumas em algumas’,
Vamo-nos afundando.
Parece mais um
Barril de rum.
Afogado…
De pólvora,
Prestes a estourar.
E beber cada vez mais.
Deve ser bom
Para os fabricantes.
Brincantes da dor alheia.
Alheio do presente.
Presente? Pressente o fracasso,
Fraco, alquebrado,
Dos dias bêbados.
Como um gambá.
Guaraná? Enferruja!!!
Dá diabetes.
Água só se for ardente,
Quente, indolente,
Semente de ser e será.
Será?
Tenho dúvidas.
Mas o que seria do homem
Sem dúvidas?
O álcool é sempre uma saída,
Ao fundo, à francesa.
Cadê ela?
Passarela?
Para onde?
Pro bar?
De novo, todo dia.
A mesma cerveja,
A mesma pinga.
Pinga em mim!!!
Bêbado!!!
Em paz com seu alcoolismo.
Bêbado anônimo?
Nunca!!!
Pelo menos conhecido.
Todos nós temos
Um pouco de bêbado.
Bebemos tudo o tempo todo.
Todo? Tudo?
Nem sempre.
Garçom?
Mais uma.
A saideira…
A derradeira…
A última…
Que tal a penúltima…
Do dia, da noite,
Da madrugada.
Manda a empregada comprar
A bebida!
A vida engarrafada.
Felicidades em garrafas.
Em tragos, homeopáticos.
Isso não tem fim?
A fabricação é sempre
Maior que o consumo.
Não vamos ganhar da fábrica.
Que me importa isso
Se estou embriagado
E você?
Garçom mais uma!
É a saideira?…
Com certeza a última.
Ainda bem.
Bêbado!
Mais feliz.
Por um triz,
Mais feliz.