O mar hoje que avança de revolta
É Netuno que cobra o seu resgate
E o coqueiro que enfrenta o combate
É um solitário guerreiro sem escolta
E o coração do poeta quando solta
Um lamento que molha folha e verso
É o resgate em vão de um universo
Que o oceano da dor tragou sem volta
E assim nesta luta eu entardeço
Enfrentando a procela que é sem fim
Não querendo ser mar, pois não mereço
Sou o corsário culpado do Motim
E entre ondas de ópio eu anoiteço
Avançando em barreiras que há em mim