Os poetas possuem um salvo conduto.
A eles é possível tudo e mais um pouco.
Eles, elas, podem e devem ser o que são.
Sã? Na poesia não se precisa disso.
Precisa-se de sentimento.
Esse quanto maior for maior será.
Redundante, não para o poeta.
Pois o mesmo, o dito cujo e a cuja,
Coruja da filosofia, uma fria,
Mas a poesia é sem eira nem beira.
É assim, constante e pronto.
Tal rio de água abaixo,
Que desce, desce e nunca chega ao fim.
É como navalha que apara a barba,
Na certeza de que amanhã lá está ela.
Barba novamente. Crescente.
Uma barbada tudo isso.
Aos poetas tudo.
Aos sem poema nada.