Algumas pessoas dizem que eu não trabalho, vivo sem fazer nada, vivo a vadiar. Nas primeiras vezes que me disseram isto eu aceitei tal afirmativa como um fato real, mas depois fui verificando que isto não é verdadeiro. Fui ao Dicionário Aurélio ver o significado da palavra trabalho e encontrei a seguinte definição:
Aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim.
Atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento.
Qualquer obra realizada. Trabalho remunerado ou assalariado; serviço.
Hoje eu escrevi uma poesia e esta é a segunda crônica que estou escrevendo, isto só não se enquadra na quarta definição de trabalho acima transcritas, pois não recebo remuneração, apenas o prazer de publicar neste site aquilo que escrevo. A aposentadoria conquistada após mais de quarenta anos de trabalho atende às minhas reduzidas necessidades de sobrevivência e ainda me permite viajar para visitar os parentes e amigos.
Eu não tenho nada contra o vadiar, muito pelo contrário, acho ótimo tirar uns dias para ficar “à-toa na vida”, não atender nem o telefone, os parentes e amigos que me perdoem estes momentos da mais deliciosa preguiça. E faço isso me sentindo muito bem, quem gostar deste tipo de vadiagem me convite para fazermos nada juntos, passar um final de semana em uma praia ou no campo e outros tipos deliciosos de vagabundagem. Nós merecemos!
Estou realizando nos dias atuais um sonho acalentado desde a juventude: escrever poesia. Esta a grande paixão da minha vida, daquelas que crescem e ganham vigor com o passar do tempo, que você abre mão de tudo para ficar com ela. O gosto de escrever me leva a passar o dia inteiro em casa diante do microcomputador, sem sentir o tempo passar, sem desejar fazer outra coisa, é uma daquelas paixõesdescontroladas e loucas. Caso você classifique isso de vagabundagem, só me resta dizer: viva a vagabundagem!
João Pessoa, novembro de 2006.