A roda do tempo gira lentamente para algumas pessoas e rapidamente para outras. A percepção do tempo é diferente entre uma pessoa que tem muitas atividades para resolver durante o dia e outra que não tem nada para fazer. Para a primeira o tempo passa muito rápido, para a segunda o tempo passa lentamente. Uma hora é um tempo muito curto para quem tem muita coisa para fazer, uma hora é um tempo interminável para quem não tem o que fazer durante as vinte e quatro horas de cada dia. O período de uma hora é o mesmo para as duas pessoas, mas o modo como elas percebem e utilizam o tempo é diferente para cada uma.
Uma das coisas mais interessantes de se observar é o comportamento das pessoas muito ocupadas. A maioria delas sempre encontra tempo para realizar alguma coisa nova. As desocupadas, apesar de não terem nada para fazer durante as vinte e quatro horas do dia, não cumprem alguns compromissos assumidos. O não fazer nada as deixa em um estado de letargia e elas parecem gostar de não fazer nada, de apodrecerem física e intelectualmente diante de uma televisão ou outra atividade pouco enriquecedora para o espírito.
Desenvolver uma atividade com uma pessoa que dispõe de pouco tempo é um aprendizado interessante, ela resolve rapidamente a questão, pois o tempo é um bem precioso para ela. Exercer uma atividade com uma pessoa que não tem nada para fazer é uma dificuldade, pois ela não tem preocupação com prazos. Apesar de dispor de muito tempo ela não encontra tempo para realizar a tarefa, uma coisa difícil de entender, apesar das explicações existentes.
As pessoas ocupadas encontram tempo para auxiliar outros seres humanos e têm palavras de incentivo para os que estão fazendo algo. As desocupadas sempre encontram defeito nas atividades desenvolvidas pelas pessoas que trabalham. Esta é a atividade desenvolvida pelas desocupadas: encontrar defeito no trabalho executados pelos que fazem alguma coisa. E nesta atividade as desocupadas são brilhantes, sempre encontram alguma coisa para criticar, muitas vezes sem nenhum conhecimento sobre o assunto que estão despejando o seu veneno.
João Pessoa, 26 de janeiro de 2008.