Procurando alguma coisa?

Crônicas

Musa da Crônica.

A Musa da Crônica passou muito tempo sem me visitar. No começo deste ano ela apareceu apressada, arisca, ditou dois trabalhos curtos e sumiu. Será que ela tem ciúme da Musa da Poesia por ela passar mais tempo comigo? Devo dizer que, com ou sem ciúme, a Musa da Crônica, nos últimos anos, está temperamental, costuma sumir sem motivo e não dá notícias, é um relacionamento em que a vontade dela prevalece sem me dar o direito de dialogar.

Meu pensamento travesso fica a imaginar coisas. O que aconteceria comigo caso a fonte da inspiração fosse um ser do sexo masculino? O machismo do nordestino fala mais alto e penso logo: não permitiria acesso à intimidade do leito, marcaria um horário de trabalho na sala, nada de cochichos nos ouvidos e outras coisinhas, no máximo um aperto de mão e um abraço. Machismo à parte, eu prefiro uma mulher a inspirar-me a prosa, a escrita fica mais bela e suave como somente o lado feminino é capaz de realizar.

Caso as amigas cronistas desejem que a sua fonte de inspiração seja do sexo masculino, falem com Zeus, talvez ele tenha, sem que seja do conhecimento de todos, um filho capaz de ser a fonte inspiradora das cronistas. Eu cá tenho minhas dúvidas de que um ser do sexo masculino seja capaz de inspirar algo além de cerveja e futebol.

Quando as Musas não me visitam, não consigo escrever uma linha que se aproveite, sou totalmente dependente das Musas para escrever algo digno de ser publicado, confesso. As Musas são cheias de caprichos e não têm horário certo para inspirar um trabalho, muitas vezes sou acordado para atender seus caprichos, mas devo confessar que não viveria sem a presença delas.

Necessito descobrir o que devo fazer para ter a Musa da Crônica visitando-me com assiduidade. Uma vez por semana seria ótimo, apesar de ainda me sentir com fôlego para mais do que isto, mas já seria um bom recomeço. Não tenho muita habilidade para negociar com o sexo feminino, ou melhor, quase nenhuma habilidade, por isto aceito ajuda feminina para negociar com a Musa da Crônica. Caso ela esteja ocupada e não possa me atender, esta mulher deve convencê-la a lhe dar um treinamento para inspirar crônicas, com a finalidade de substituí-la nos seus impedimentos. Pagarei com muito amor a inspiração recebida e a transformarei na minha Musa da Crônica.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes

www.marcosfernandes.org

João Pessoa, 15 de Janeiro de 2013.

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