Procurando alguma coisa?

Crônicas

Mandona

Ela é uma pessoa que gosta de mandar nas outras pessoas. Ela não se preocupa com os desejos das outras pessoas, a única coisa que importa é o seu desejo, imposto através de uma vontade férrea e uma insensibilidade total às necessidades das outras pessoas. Ela é agradável e sabe cativar as pessoas, mas não dá espaço para os seres humanos que estão ao seu lado desenvolverem qualquer atividade, ela é o centro do universo.

A maioria das famílias tem uma pessoa assim, geralmente é muito criticada por todos os familiares, quando ela não está presente, pois não desejam magoá-la e perder a sua ajuda na hora de resolver algum problema, daqueles difíceis de serem solucionados. É nestas ocasiões que a mandona entra em cena e resolve o problema para os familiares e amigos. Aqueles familiares e amigos, simpáticos e bons de papo, nas horas de resolver os problemas eles desaparecem. Aonde os simpáticos e bons de papo foram? Ninguém sabe, ninguém viu.

Uma característica das pessoas mandonas é a sinceridade, elas são o inverso das chamadas de simpáticas. Quando indagadas sobre um assunto as mandonas dizem o que pensam, isto contraria as pessoas cujas perguntas têm o objetivo de escutar determinadas respostas. Ao ouvirem uma resposta bem diferente daquela que gostariam de ouvir, elas passam a fazer comentários maldosos acerca das mandonas.

Eu prefiro conversar com as mandonas, acho terrível escutar uma pessoa cuja opinião flutua de acordo com o interlocutor. Basta um novo componente se junte à conversa e emita uma opinião contrária ao que estava sendo dito por aquela pessoa para ela abandonar sua opinião anterior, concordar com a pessoa sem examinar o que é dito. A mandona é mais confiável, tem opinião própria e não flutua ao sabor das opiniões alheias. As pessoas “mandonas” e que aprenderam a ouvir e a respeitar a opinião das outras pessoas são amizades duradouras.Marcos Antônio da Cunha Fernandes João Pessoa, janeiro de 2008.

Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, janeiro de 2008.
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