A felicidade não depende da quantidade de bens matérias que uma pessoa possui, mas de outros fatores que atuam na alma do ser humano. Eu não sou capaz de enumerar ou de falar sobre os processos de formação destes fatores, deixo tal tarefa para os pesquisadores do comportamento humano. Estes fatores são complexos, variam de um ser humano para outro, formam uma “impressão digital psicológica” que permite identificar cada ser humano como uma individualidade. Embora uma pessoa tenha algumas características psicológicas iguais às de outras pessoas, ela possui outras características que são somente suas e formam a “digital psicológica”. Isto torna cada ser humano diferente de todos os outros seres humanos existentes no planeta.
A felicidade não depende da quantidade de conhecimento científico que uma pessoa acumulou durante a sua existência. Todos nós conhecemos pessoas de grande conhecimento em determinado ramo da ciência, mas que são infelizes. Existem também pessoas que mal sabem escrever o nome e são consideradas por todos como um poço de felicidade, são reverenciadas como “lugares sagrados” onde nós podemos beber água pura e cristalina para matar a sede da alma.
A felicidade pode ser tão frágil quanto uma chama de vela que se apaga ao menor sopro de uma pessoa ou do vento. Isto acontece quando nós colocamos a nossa felicidade na existência de determinadas situações com pessoas e/ou com coisas. Isto não significa dizer que não devemos nos envolver com pessoas e com coisas, queremos apenas ressaltar que o amor deve ser incondicional, não deve depender de pessoas ou de coisas. Eu posso amar uma pessoa que não me ama, mas não preciso ser infeliz por isso, pois a resolução de permanecer nesta situação é minha, eu posso partir em busca de outra pessoa para amar e ser por ela amado.
A felicidade pode ser tão forte quanto uma rocha que suporta as maiores tempestades sem se abalar. Isto acontece a partir do momento em que nós aprendemos a aceitar as pessoas como elas são e colocamos as coisas materiais da vida em segundo plano. Agindo deste modo nós eliminamos a maioria dos fatores que causam problemas para o ser humano. A nossa felicidade passa a depender apenas de nós, deixamos de ser marionetes movimentadas pela ação dos acontecimentos para nos transformarmos nos senhores da nossa felicidade.
O ser feliz ou infeliz depende apenas de mim, é o resultado do modo como eu ajo na vida cotidiana ao reagir diante de determinadas situações.
João Pessoa, 31 de julho de 2007.