O céu está nublado, no ar uma promessa de chuva. Algumas pessoas são prevenidas, avaliam o tempo e acham que a possibilidade de chover existe, saem de suas casas prontas para enfrentarem uma intempérie, mas preparadas também para o sol, caso ele resolva aquecer o dia. Outras pessoas não se preocupam com o tempo, saem de qualquer maneira para a rua, muitas vezes com vestimentas inadequadas a lhes causarem problemas de frio ou de calor.
Muitas vezes, nas nossas vidas, procedemos sem medir as conseqüências das nossas palavras e dos nossos atos, agimos como as pessoas que saem de casa sem examinar como está o tempo. Corremos o risco de causar grandes danos nos relacionamentos com as pessoas que convivem conosco. Ser prudente custa apenas um pouco de atenção, refletir antes de falar e de agir. Isto exige tão pouco de nós e pode render grandes benefícios na forma de paz nos nossos relacionamentos com as pessoas. Quantos desentendimentos seriam evitados se aprendêssemos a ser prudentes no falar e no agir. Uma pedra preciosa atirada no rosto de alguém fere a pessoa. A verdade deve ser dita, mas devemos aprender a colocar a nossa visão da realidade para as pessoas que convivem conosco sem ter a pretensão de ser aquela a única visão possível da realidade.
Comportamentos inversos adotam as pessoas que são excessivamente prudentes, poderíamos até dizer que alguns dos seus comportamentos são mais adequadamente classificados como omissos. Isto também não é apropriado para um bom relacionamento entre os seres humanos. Muitas vezes falta coragem para dizermos exatamente aquilo que nós pensamos, outras vezes não queremos nos envolver naquela questão, de qualquer modo estamos nos afastando da verdade, não revelamos o que pensamos e isto não é bom para o relacionamento entre seres humanos.
Saber dizer o que deve ser dito em cada ocasião, usar o tom de voz adequado para o momento, utilizar a dose certa de energia nas palavras e na expressão corporal, esta é uma arte difícil de ser praticada. Necessitamos acumular muito amor nos nossos corações antes de sermos capazes de agir desta maneira. Quando observamos os seres humanos vemos que alguns sabem dizer a verdade sem ferir as pessoas, enquanto outros são exemplos vivos de como não devemos agir ao nos comunicarmos com aqueles que vivem conosco.
João Pessoa, novembro de 2007.