Clama em mim a dor
da poesia que modifiquei
por medo de desnudar a alma.
Pelo mesmo motivo
grita dentro de mim a dor
da poesia que não escrevi
da letra da música que não fiz
do amigo que não abracei
da mulher que não amei.
Feliz é a criatura
capaz de desnudar a alma
e sem sofisma confessa o que ocorre
no recanto mais oculto da alma.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, maio de 2017.