Tu gritas a tua dor.
Eu grito a minha dor.
Quando grito sozinho
é apenas um grito
que pouco incomoda.
Quando gritas sozinha
é apenas um grito
que pouco incomoda.
Quando juntamos nossos gritos
formamos um dueto de loucos
que atormenta a quem o escuta.
Tu fazes as tuas loucuras.
Eu faço as minhas loucuras.
Quando estamos em nossas casas
somos loucos que atormentam a família.
Quando juntamos nossas loucuras
formamos um dueto de loucos
que atormenta a redondeza.
Eu faço uma poesia com nossas loucuras.
Tu fazes uma música para esta poesia
que se transforma em nossa canção.
Uma canção que retrata nossas loucuras
e é cantada pelos que dizem ser sãos.
Por esta razão estou confuso…
Somos nós os loucos ou os loucos são eles?
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, julho/agosto de 2016.