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Obras de Amigos

Velas ao Mar – Ivaldo Gomes

Viver não será mais preciso,

Quando o navegar me jogar no porto.

De que me adianta essas caravelas,

Se não sei pra onde vou…

 

Nenhum vento me ajudará

Se não sei aonde ir.

Tanto faz…

Tanto fez…

 

Guardarei minhas velas.

Baixarei meus mastros.

Minhas galeras enfurnarão

Na enseada do meu desejo.

 

Mas por que não lutar?

Revoltar-me contra

O destino?

 

Desembainhar a espada,

Soltar a voz.

Içar a bandeira,

Atacar o teu porto.

 

Matar-te as saudades,

Afogar seus desejos.

Cobrar em dobro os beijos,

Escravizar-te de tesão.

 

Tornar-me senhor

Dos seus setes mares.

E reescrever o destino.

Transformar tudo em

Meu domínio.

Estabelecer a nossa paz.

 

E navegar será preciso.

Viver nem preciso seja.

Mas que seja mesmo assim.

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