O meu poema não tem eira
E nem beira,
Nem rima, nem métrica e
Nem estética. Nem mote,
Nem sul, nem norte.
Poema sujo, rasgado, jogado
Ao léu.
Poema que se escreve a ferro
E fogo, em carne viva.
Corte de navalha, fundo,
Profundo, que dói, que dói.
Sou poeta não por opção mais
Por necessidade.
O lápis, o papel, os pensamentos
Atrai-me e eu não aguento
E ponho pra fora que nem
Um turbilhão.
Poema meu é que nem a
Vida se escreve no rascunho,
Não dá pra passar a limpo.
A arte vem dos pensamentos,
Dos sentimentos e tudo que
Causa emoção é arte.
E tudo que me emociona
Eu amo doidivanamente.
Daí esse poema quente,
Nesse verão.