O silêncio invadiu nossos corpos
Sorrindo de mãos dadas
Com o mistério do momento.
Tua presença muda
Soava uma doce sinfonia
No meu coração.
Nossos olhos não suportaram
Ver o amor escondido
No chão do quarto
Incrédulo, fingindo dormir,
Quase um morto.
Cega, na turva paixão,
Naufragava as mãos em carinhos
Guardadas em tesouros do tempo.
O arco do teu corpo
Delineava o meu poema
De um verso solto, sem rima.
Escrevi no teu corpo
No lápis da boca a palavra paixão
E no ápice da língua
Beijamo-nos ardentemente.
No quarto, o silêncio ecoou na nuvem.
Nossos corpos no auge da loucura
Embriagaram o êxtase da aurora.
Poetisa carioca radicada no Recife com várias Antologias publicadas.